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05/10/2023

Época de semeadura da soja no Brasil: confira diferenças

A semeadura da soja no Brasil está em pleno andamento, marcando o início de mais uma safra promissora, dado que o país vem quebrando recordes de produção, safra após safra. Na safra 2022/23, o país foi responsável por 41% de todo volume produzido no mundo. Entre os principais Estados produtores, Mato Grosso foi responsável por 26% do total produzido, seguido pelos Estados do Paraná (15%), Goiás (10%) e Mato Grosso do Sul (8%).

Já para o novo ciclo que se inicia (2023/24), de acordo com os dados recentes divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), o país já conta com 4,1% das áreas produtivas semeadas até o momento. 

No entanto, para que novos recordes sejam atingidos, a atenção principal deve ser direcionada para o clima, tendo em vista os impactos do fenômeno La Niña, que deve afetar a distribuição de chuvas no país.

Dada a grande extensão territorial do país, que permite uma ampla diversidade de condições climáticas, características de solo, altitude e latitude, a semeadura da soja requer épocas distintas, em função das diferentes condições encontradas de Norte a Sul do país.

Adicionalmente, com a implantação do calendário de vazio sanitário, em decorrência da entrada da ferrugem-asiática (causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi), desde a safra 2000/2001, a semeadura da cultura vem sendo realizada em janelas específicas, instituídas por normativas específicas anuais, definidas pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA).

Diferenças regionais na época de semeadura

Uma das características marcantes da semeadura da soja no Brasil é a sua variação significativa em relação à semeadura e cultivares semeados entre os diferentes Estados. 

Essa divergência é influenciada por uma série de fatores, incluindo aspectos climáticos, geográficos e de solo, sendo o clima, especialmente as chuvas, um dos principais responsáveis.

No âmbito de cultivares, no entanto, as diferenças estão relacionadas ao fato da cultura da soja ser sensível ao comprimento do dia, sendo o ajuste da época de plantio fundamental para obtenção de altas produtividades. Outro fator a ser observado na escolha dos materiais é o grupo de maturidade relativa (GMR). 

O grupo de maturidade relativa corresponde à duração do ciclo de desenvolvimento da cultura da soja, período que engloba desde a semeadura da cultura até a maturidade fisiológica, contabilizado em dias.

Como exemplo, confira as diferenças entre três materiais disponíveis no portfólio da SLC Sementes, quanto ao GMR, consideradas de ciclo precoce e tardio, a depender da região de cultivo: 

Cultivar de soja Brasmax Guepardo

  • GMR 6,7;
  • Crescimento indeterminado, ou seja, o florescimento da planta não ocorre simultaneamente, iniciando na parte inferior e ascendendo para a parte superior. Dessa forma, observam-se legumes em diferentes estádios de enchimento dos grãos, bem como floração na parte superior da planta;
  • É exigente em fertilidade;
  • Possui ramificação média;
  • Apresenta resistência à raça 3 e resistência moderada às raças 6, 9, 10, 14, 14+ do nematoide-de-cisto (Heterodera glycines).

Cultivar de soja TMG 2372 IPRO

  • GMR de 7,2 – considerada portanto um material de ciclo precoce a normal a depender da região de cultivo (no Médio-Norte do MT, por exemplo, o ciclo tem duração média entre 98 e 102 dias);
  • Possui tecnologia Intacta RR2 PRO®;
  • Exigência alta em fertilidade;
  • Moderadamente resistente ao acamamento;
  • Possui tipo de crescimento indeterminado;
  • PMG (Peso médio de grãos) de 180 gramas;
  • É resistente ao cancro da haste (Diaporthe aspalathi), a mancha-olho-de-rã (Cercospora sojina) e a pústula bacteriana (Xanthomonas axonopodis);
  • É resistente ainda às raças 3 e 6 e moderadamente resistente às raças 9 e 10 do nematoide-de-cisto (H. glycines).

Cultivar de soja TMG_2383 IPRO

  • GMR 8,3 – o que significa ciclo mais tardio e maior período de enchimento de grãos a depender da região de cultivo (ciclo médio entre 115 e 118 dias para a região Médio-Norte do MT);
  • Crescimento semideterminado;
  • Exigência média-alta de fertilidade;
  • Alta ramificação;
  • Resistência ao nematoide-do-cisto (H. glycines) e ao nematoide reniforme (Rotylenchus reniformis) ;
  • Resistente ao cancro da soja (D. aspalathi) e a podridão radicular de fitóftora (Phytophthora sojae).

A SLC Sementes dispõe em seu portfólio de mais de 35 cultivares, altamente adaptadas às condições climáticas típicas do Cerrado brasileiro. 

Comparação com anos anteriores

No Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, por exemplo, 9% e 6% das áreas, respectivamente, já estavam semeadas nesse mesmo período, na safra anterior, enquanto que para a safra 2023/24, os percentuais atuais, segundo dados da CONAB, encontram-se em 5% e 5,2% respectivamente.

Entre os Estados com avanço no plantio da soja, o Paraná  lidera o ranking com 16% das áreas implantadas.

Quando o progresso da semeadura é analisado apenas no Estado do Mato Grosso, responsável por 26% da produção da oleaginosa na safra 2022/23 no país, as principais regiões produtoras, compostas pelas regiões Médio-Norte e Sudeste, encontram-se com 4,87% e 3,34% das áreas implantadas, respectivamente. No entanto, nas próximas semanas, avanços na semeadura devem ser observados, a depender das condições climáticas.

Datas de Semeadura por Estado

As datas para início da semeadura da soja no Brasil são regulamentadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), de acordo com a Portaria nº 840. Abaixo podem ser conferidas as datas de semeadura para os diferentes Estados produtores. No entanto, cabe ressaltar que Tocantins, Maranhão, Piauí, Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, correspondem a 96% da área cultivada no país.

Tabela 1 – Calendário atualizado de semeadura da soja para a safra 2023/24.

Estado Início da Semeadura Data Limite para Semeadura
Acre 21 de setembro de 2023 29 de dezembro de 2023
Alagoas 02 de abril de 2024 10 de julho de 2024
Amapá 01 de março de 2024 08 de junho de 2024
Amazonas 16 de setembro de 2023 24 de dezembro de 2023
Bahia 01 de outubro de 2023 31 de dezembro de 2023
Ceará 01 de fevereiro de 2024 10 de maio de 2024
Distrito Federal 01 de outubro de 2023 08 de janeiro de 2024
Goiás 25 de setembro de 2023 02 de janeiro de 2024
Maranhão Região I 1 – 01 de dezembro de 2023

Região II 2 – 01 de novembro de 2023

Região III 3 – 01 de outubro de 2023

09 de março de 2024
08 de fevereiro de 202408 de janeiro de 2024
Minas Gerais 01 de outubro de 2023 08 de janeiro de 2024
Mato Grosso 16 de setembro de 2023 24 de dezembro de 2023
Mato Grosso do Sul 16 de setembro de 2023 24 de dezembro de 2023
Pará Região I 4 – 16 de setembro de 2023 

Região II 5 – 01 de novembro de 2023

Região III – 6-16 de novembro de 2023

24 de dezembro de 2023

08 de fevereiro de 2024

23 de fevereiro de 2024

Paraná  11 de setembro de 2023 19 de dezembro de 2023
Piauí Região I 7 – 01 de dezembro de 2023

Região II 8 – 01 de novembro de 2023 

Região III 9 – 30 de setembro de 2023 

09 de março de 2024

08 de fevereiro de 2024

07 de janeiro de 2024

Rio Grande do Sul Região I – 01 de outubro de 2023

Região II – 01 de outubro de 2023

Região III – 01 de outubro de 2023

18 de janeiro de 2024

28 de janeiro de 2024

08 de janeiro de 2024

Rondônia Região I 10 – 11 de setembro de 2023

Região II 11 – 16 de setembro de 2023

19 de dezembro de 2023

24 de dezembro de 2023

Roraima 19 de março de 2024 26 de junho de 2024
Santa Catarina 21 de setembro de 2023 29 de dezembro de 2023
São Paulo 16 de setembro de 2023 24 de dezembro de 2023
Santa Catarina Região I – 13 de outubro de 2023

Região II e III – 02 de outubro de 2023

Região IV – 02 de outubro de 2023

10 de fevereiro de 2024

30 de janeiro de 2024

10 de janeiro de 2024

Tocantins 01 de outubro de 2023 08 de janeiro de 2024

Fonte: MAPA, 2023.

Cabe ressaltar que para os Estados da Bahia, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Distrito Federal, Maranhão, Minas Gerais e Tocantins, as datas de semeadura foram alteradas pela Portaria nº 886, publicada no dia 15 de setembro de 2023. As datas atualizadas podem ser conferidas na tabela 1.

Essa diversidade de datas e condições climáticas é um reflexo da riqueza agrícola do Brasil, que permite que a produção de soja ocorra em diferentes momentos em todo o país. A compreensão dessas diferenças é essencial para os agricultores planejarem suas safras com eficiência e sucesso.

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